sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Tarde 502


os meus olhos faíscam sonhos que as tuas mãos completam em lume a arder devagar nos meus joelhos trémulos de ânsias adiadas.

a tua língua acende raios de luz na minha pele em pétalas de orvalho. solto-ME em (crist)ais de sombra. nua que estou. e húmida em gargalhadas de frescura límpida, seios esvoaçantes nos teus lábios de veludo barbeado(s).

música à flor da pele, pelas tuas mãos tocada. és poema que nasce no meu ventre, és magia, canto e perfume. segredas-me que o sexo , não se escreve, não se fala, faz-se assim, nesta entrega de almas e troca de corpos em misturas de tons e sabores. de pele e carne tenra.

e é quando entras em mim, que me transformo em cabelos, boca, coxas, ventre e seios. e a volúpia do rio que cresce em mim salta as margens no gemido mais insistente que abraça o tempo e me faz mulher na tua boca calada pelo meu beijo escorrido em seiva.

és reflexo na madrugada tardia e das carícias suspensas, nascem metáforas com que reinventamos o amor.


por Anamar in Diário de uma Amante Virgem
fotografia de Alexander Savushkin

4 comentários:

Doce Anaiis disse...

Apenas tenho uma palavra: BELO!!!!

Beijo Doce

Pedro M disse...

Minha querida Anaiis,

e de beleza se alimenta a alma...

Um beijo

AnaMar (pseudónimo) disse...

Grata :-)

Pedro M disse...

Ohh AnaMar

Sou eu quem fica grato. Adoro ler os seus textos. Ao lê-los sinto como sente cada palavra, cada gesto, cada toque. Fecho os olhos e imagino-a...

Um beijo