quinta-feira, 28 de abril de 2011

Estadia em Coimbra


Durante o mês de Junho terei de me deslocar a Coimbra durante alguns dias por motivos profissionais. Se alguma das minhas leitoras de Coimbra me desejar contactar, nomeadamente para saber datas, poderá fazê-lo através do meu email, pedrom1966@gmail.com ou pelo telemóvel 925 341 075 (rede TMN).

Um beijo

Pedro M

terça-feira, 26 de abril de 2011

Romantismo


não desejo sua dor...
assistir o seu prazer
me faz descobrir...
você é meu amor
preciso te fazer...
e quero te ver
bem, alegre, satisfeito...
seu prazer me diz respeito
porque minha satisfação...
depende
da sua realização...
entende?

Meu romantismo
é o mais puro egoísmo...

Quero te ver realizado
Meu amor apaixonado
Não por você, mas por mim
Porque isso me dá prazer, só por isso... prazer,
prazer é o meu sentido! O que me guia, inspiração,
poesia, tesão, sexo... você é minha doce paixão!

por Liz Christine
fotografia de Denis Abramov

terça-feira, 19 de abril de 2011

A teu lado


Deito-me a teu lado. Sou a tua sombra
no lençol. Vou decifrar a luz dos teus olhos,
não me dás tempo. Os teus dedos tocam-me no rosto,
descem à garganta, começam a soletrar
o mapa do meu corpo: um grão sob a axila, uma pálpebra
que cintila, o rubor do mamilo
e já teus dentes se ocupam
do outro. Pressionas músculos e ossos
ao mesmo tempo que toco ao de leve
um seio, um lábio: quero deter-me no joelho
onde leio quedas na neve
e no ballet. Não me dás tempo.
Os corpos rodam, as mãos buscam outra terra,
outras águas. Os seios na virilha,
a barriga no pescoço. Estaremos a caminhar
demasiado depressa? Acaricias onde prometo
uma haste de sol. Uma casa voadora
na margem deste mundo tão previsível.
Erigimos com os nossos corpos
a mais efémera das esculturas. As tuas mãos
convidam-me a voar. Agora sou eu
quem não te dá tempo, escavando e descendo
à fenda silenciosa. Ouço-a. Um canto leve
e depois allegro e depois mais fundo.
Já não sei onde estou, quem sou
sobre as fontes e os rios e os abismos
de ti. Sentas-te, lama delicada, no meu peito
e desces e ajustas os teus ninhos
ao pequeno pássaro que pouco a pouco
se agita. Palpo e bebo e retenho a terra volátil.
a espuma, a vegetação de coxas, nádegas, mamas e águas
flutuantes. Ora subo ao chão ora me enterro
no ar, no lábio onde começa uma árvore
que se eleva até às nuvens. Não me dás tempo,
eu quero a eternidade mas tu não me dás tempo
para te contemplar. Ânfora nua
que bebo por fora e por dentro.
Dou-te a minha vida em troca da tua.

por Casimiro de Brito in 69 poemas de amor
fotografia de autor desconhecido



P.S.: que me perdoe o autor a ousadia de dar um título ao seu poema.