quinta-feira, 25 de julho de 2013

Férias



Férias... durante um longo e apetecível mês estarei in & out of Porto. Percorrerei praias atlânticas onde a frescura de uma brisa se faça sentir.

Um beijo
Pedro M

P.S.: Durante este período terei o telemóvel quase sempre desligado. No entanto, continuarei contactável via email (pedrom1966@gmail.com). Terei todo o prazer em receber as vossas mensagens e em lhes responder.


Pedro M
fotografias de Simon Bolz

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Égua

Égua
légua
correndo
deitada
é regra
é régua
de mão
mede anca
ânsia
seio
suor
cone
ciclone
indefeso
indeciso
entra
vem
sai
vai

cai
no poço
lodo
no visgo
de todas
as bocas
frouxas
força
na coxa
de louça
mordido
beiço
pêlo
lambido

agora
é mera
Mula
turra
nua
curra
surra
de porra
caldo
deitado
no rego
sebo
seco
nau
de carne
a pique
cozendo
no sal
da entranha:
sopa
de sexo

por Naâmir
fotografia de Garm

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Palpitando alucinado



Não bateu inspiração...
O que me move
É esta enlouquecida paixão
Que dispara o coração
A cada suspiro de saudade
Quando aumenta a vontade
De encontrar os doces lábios teus...

E todo o meu corpo,
Palpitando alucinado,
Volta-se a esta saudade
Espreguiçando-se num cansaço
Só pra ter o teu abraço
Enlaçando apertado
Todo o desejo meu...


por Ana C. Pozza
fotografia de Simon Bolz

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Os amores, V: 1-1, 9-26



Era intenso o calor, passava do meio dia;
Estava eu em minha cama repousando.
(...) Eis que vem corina numa túnica ligeira,
Os cabelos lhe ocultando o alvo pescoço;
Assim entrava na alcova a formosa Semiramis,
Dizem, e Laís que amaram tantos homens.
Tirei-lhe a túnica, mas sem empenho de vencer:
Venceu-a, sem mágoa, a sua traição.
Ficou em pé, sem roupa, ali diante de meus olhos.
Em seu corpo não havia um só defeito.
Que ombros e que braços me foi dado ver, tocar!
Os belos seios, que doce comprimi-los!
Que ventre mais polido logo abaixo do peito!
Que primor de ancas, que juvenil a coxa!
Por que pormenorizar? Nada vi não louvável,
E lhe estreitei a nudez contra o meu corpo.
O resto, quem não sabe? Exaustos, repousamos.
Que outros meios-dias me sejam tão prósperos.


por Ovídio
in Poesia erótica em tradução, José Paulo Paes, Companhia das Letras, 1990
fotografia de Dmitry Chapalas