segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Vermelho


Esta noite vou enlouquecer e atrair-te para essa minha loucura.
Vou acender velas aromáticas, espalhar petálas de rosa pela casa e cobrir a cama com uma colcha vermelha.
Escolhi um roupão de seda, quase transparente, mas ainda não decidi se vou deixar que sejas tu a arrancá-lo, apressado, ansioso do meu corpo.
Talvez faça um striptease, desnude os ombros primeiro, depois um seio, a seguir o outro, deslizando o roupão lentamente até ao chão e expondo, finalmente, o meu sexo já húmido!
Quero, então que me deites na cama...Mas não, não quero que entres já em mim.
Quero que espalhes este óleo nas costas, que me acaricies a nuca, os ombros e que me percorras as costas, acendendo-me o desejo.
Abafo o grito de prazer na almofada e viro-me lentamente para que vejas e sintas como os meus seios se empinam, como os mamilos estão erectos e o meu braço sobe, enrosca-se no teu pescoço e traz-te até aos meus lábios, entreabertos.
Beija-me... Procura a minha língua, conquista-a!
Desce a tua mão... Insinua-te ao meu sexo... Brinca, provoca-o!
Grito, sinto uma onda de calor a invadir-me e guio-te, desta vez a tua boca, até ao meu sexo.
E navego contigo num mar de prazer indescritível...


dedicado por uma leitora anónima
fotografia de autor desconhecido

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Outubro segundo Simon Bolz e José Gomes Ferreira


De: Café

De súbito, o diabinho que me dançava nos olhos,
mal viu a menina atravessar a rua,
saltou num ímpeto de besouro
e despiu-a toda...

E a Que-Sempre-Tanto-Se-Recata
ficou nua,
sonambulamente nua,
com um seio de ouro
e outro de prata.


poema de José Gomes Ferreira
fotografia de Simon Bolz