terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cântico de Dorva – VII

O ninho de Dorva.
A cama de Dorva
de palha e folha
na terra.
Deixa-se cair
sentada, deitada.
Sobre seu ventre liso, redondo
desnudo, salta o macho.
Um ofego de posse
tácito.
Sexo contra sexo.
Aquele cântico de Dorva,
Aquele chamado – piado de fêmea:
obscuro
aflitivo
genésico
instintivo
veio vindo... veio vindo...
Rugindo
chorando
gritando
apelando
do fundo do tempo
do fundo das idades.

por Cora Coralina,
fotografia de autor desconhecido

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Luxuriae


Quero ser a tua Vénus romana, exaltando toda a minha beleza.
A tua Afrodite grega, que te cega de paixão.
A tua Tlazoltéotl asteca, que te descontrola com toda a minha imoralidade.
E, despida de qualquer pudor, quero ser a tua Lilith judia,
que abandonou o Éden para entrelaçar-se ao seu mais demoníaco e tentador amante.
Insaciável. Estou assim. Insaciável.
Não quero saber da pureza, da castidade, da moral.
Quero-te. Agora. Já.
Luxuriante.
A possuir-me, desmedidamente, até não haver mais uma gota de suor.

por Ana de Sousa, do projecto |ART.FUSION| Os 7 Pecados |Luxúria|,
fotografia de autor desconhecido

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Red Stilettos

I'm in front of your door
let me in
I'm wearing your favorites heels
a kiss on my neck
a kiss on my breast
a glass of wine please,
that will be nice
open legs on the sofa
pussy trimmed and tight
just what you like,
put some music
fire candle light
somebody is happy to see me
mean hard wood
here come and look
ass up in my red stilettos

by BlueRoseLiz
photography by unknown author

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Licor


O teu corpo é um bombom em minha boca
Um som que se quebra em minha língua
Um licor que escorre sensual

Não há nada igual
Minha língua do teu corpo inquilina
Teu licor que minha boca indisciplina

Nada igual
Tua dor, teu louco riso
Teu pouco juízo

Final.


por Ricardo Kelmer,
fotografia de autor desconhecido

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Recogiendo Hojas


Mira, mi amor, si seré provinciana,
si seré virgen, y ciega y melancólica,
que me he olvidado hoy de pronunciar tu nombre.

Que me he olvidado hoy de escribirte este poema,
que ya no sé deshojar las margaritas,
y se me caen los brazos cuando quiero tocarte.

Mira mi amor, si seré antigua,
sola y reaccionaria, caperucita roja desnuda,
hada en la niebla, que hoy no me acordaba
del sabor de tus labios.

¿Bajo qué maldición andaré muerta,
deslustrada, flor inerme y carnívora,
que ya mi sexo no te llama?
Si no te temo ya ni te respeto,
si ya sólo te amo, todavía te amo,
rostro sin nombre. Dios de juguete.

Voy recogiendo hojas, las hago mías,
tuyas, de pasarles la pluma,
y las echo a volar por todas partes.


por Alejandra Menassa in La Piel del Deseo,
fotografia de Sergey Timoschuk

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fevereiro segundo Simon Bolz


Ahhh... deve ser do frio... deve ser do frio...
Desejo-vos um mês de Fevereiro bem quentinho!

Um beijo

fotografia de Simon Bolz