sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Cinquenta razões de amar


são cinquenta as razões
de amar e amar de novo
de sair dos porões
de arrancar os estorvos

marcas no rosto
esquinas da vida
rebentos em volta
a dor sentida

as rugas de antes
o riso de depois
os três brilhantes
aquele punhado de arroz

a cama desfeita
lençóis manchados
(isso de ajeita)
os versos quebrados

ah, a sensualidade serena
que chega, domina e perdura
que se encontra apenas
nos braços da mulher madura

por Nel Meirelles
fotografia de Marie-Dominique Verdier

4 comentários:

Imprópriaparaconsumo disse...

Lindo poema :)

Marta Vinhais disse...

E ama-se livremente, com o corpo, com a alma...
Dá-se voz a todas essas emoções que nem sempre se libertam...
Livremente, apenas vivendo a sensualidade...
Gostei muito..
Beijos e abraços
Marta

Pedro M disse...

Minha querida Imprópria
um poema que nos mostra a sensualidade que (não) se esconde sob a serenidade de um gesto... de um olhar...
Um beijo

Pedro M disse...

mmm... Marta
a sensualidade plena de quem nada tem a provar ao mundo, mas que do mundo tudo deseja...
Um beijo