segunda-feira, 20 de junho de 2016

Não estás a meu lado


Virilha contra virilha
reconstruo o meu corpo
colado ao teu. Choro.
Não estás a meu lado.
Virilha contra nádega
asas de salvação efémera
reconstruo o teu corpo
junto ao meu. Choro.
Sem os meus braços
envolvendo-te a cintura,
sem as tuas pernas no meu pescoço,
sem a tua mão moldando-se
ao meu ventre
choro: não estás a meu lado.
Sem a tua boca
no meu peito, a tua língua
no meu sexo, os teus seios
soltos, desenfreados
choro: não estás a meu lado.
Sem as tuas fendas
e lagos sou um pobre animal
desamparado, e choro
sobre o teu ninho nos lençóis
em que não posso derramar
o olhar o sémen as palavras
de quando estás a meu lado.

por Casimiro de Brito
fotografia de autor desconhecido

2 comentários:

Marta Vinhais disse...

E a paixão continua a falar alto....Pois não se pode viver sem o calor que invade a pele...
Beijos e abraços
Marta

Pedro M disse...

mmm... Marta...
e nessa altura fechamos os olhos e imaginamos...
Um beijo