sexta-feira, 1 de junho de 2018

Do desejo III



Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.

por Hilda Hilst
fotografia de autor desconhecido

1 comentário:

Marta Vinhais disse...

E o que é o desejo ? Deixar que tudo nasça e nos mergulhe num labirinto de sensações....
Beijos e abraços
Marta