segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Eis o homem...


Tragam-me um homem que me levante com
os olhos
que em mim deposite o fim da tragédia
com a graça de um balão acabado de encher
tragam-me um homem que venha em baldes,
solto e líquido para se misturar em mim
com a fé nupcial de rapaz prometido a despir-se
leve, leve, um principiante de pássaro
tragam-me um homem que me ame em círculos
que me ame em medos, que me ame em risos
que me ame em autocarros de roda no precipício
e me devolva as olheiras em gratidão de
estarmos vivos
um homem homem, um homem criança
um homem mulher
um homem florido de noites nos cabelos
um homem aquático em lume e inteiro
um homem casa, um homem inverno
um homem com boca de crepúsculo inclinado
de coração prefácio à espera de ser escrito
tragam-me um homem que me queira em mim
que eu erga em hemisférios e espalhe e cante
um homem mundo onde me possa perder
e que dedo a dedo me tire as farpas dos olhos
atirando-me à ilusão de sermos duas
novíssimas nuvens em pé.


por Cláudia R. Sampaio in Ver no Escuro (Tinta da China)
fotografia de autor desconhecido

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

La cuillère


En cuillère et frivoles ! ,
Dans l'hiver, qui désole,
Dans le creux du satin, mendiant,
Aux effluves jasmin, hésitant,
De tes mains, cette approche,
Sur mes seins, tu anicroches.

Mais, de ton nez posé,
Sur ma nuque,
Tu viens, alors t'enivrer,
Et, tu succombes, tu caduques,
À mon parfum,
Arôme vanille,
Par tes gestes coquins,
Et mon bas, tu déshabilles,
En pèlerin,
Gagnant du terrain.

Ainsi, déposant,
Mon string en douceur,
Tu viens, me caressant,
Enthousiastes, ma fleur.

Un doigt, se glisse en ma messagerie,
Puis, deux, trois, quatre, jusqu'au poing,
Allongé sur la literie,
Tu vas de ta main,
En mouvement de va-et-vient,
À la porte de mon vagin,
Ce qui amène, petit à petit,
Un flux abondant, qui jaillit,
Se déversant, de mon sexe chaud,
Par ta friction rapide de salopiaud.

Ton excitation intense,
Ne te fais plus tenir, en transe,
Tu emploies ton pénis, droit, direct,
D'une entrée à sec,
En plein coeur de mon anus,
Glisse, ainsi, ton phallus.

Tu vas et viens,
Tu balances, rapidement tes reins,
Maintenant,
Au même instant,
Cette compagnie,
En ma messagerie,
Les mouvements de ta main,
De ton poing.

Appréciant ton emprise,
D'une part et d'autres,
J'exige donc, en parfaite soumise,
Que ton autre main se vautre,
Sur ma poitrine qui te courtise.

-:"viens me pincer,
Me fouiller, me malaxer,
Me maser, me griffer,
Me caresser,
Échauffe mes mamelons,
Excite-moi moi les tétons".

Pour que ceci nous restes gravés,
En cicatrices,
Sur nos charnels satinés,
D'acteur et d'actrice,
Déchirant nos chairs,
Jusqu'aux jouissements,
En cramant l'atmosphère,
Par nos coeurs aimants.


par Mathilde Louna in La Passion des Poèmes
photographie d'auteur inconnu

Outono


Setembro...
as férias acabaram, mas ficaram as brumas e o mar...

Ficam também os passeios à beira-mar, e as gaivotas planando sobre a praia.
A frescura da brisa acorda-me, conforta-me e relaxa-me.

O Outono chegou e com ele regresso também eu ao Porto.
Um beijo
Pedro M

P.S.: Costumo ter o telemóvel quase sempre desligado.
No entanto, continuo contactável via email (pedrom1966@gmail.com).
Terei todo o prazer em receber as vossas mensagens e em vos responder.

Fotografia de autor desconhecido
Modelo: Kinga