quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Teu corpo solto


Abandonado ao êxtase de estar
Tuas curvas
Tortuosas
Delirantes
São varridas pelo tecido
Que te envolve a pele
Que desliza em cantiga
Acalanto
Tua carne desnuda
Túrgida
Alva
Trêmula
Palpitar de fruta fresca
Teus olhos; iluminam o quarto
Tua boca tece o silêncio
Teus ouvidos segredam notas
Teus seios macios
Salientes
Calientes
Doces
Que minhas mãos envolvem
A descobrirem
Os róseos medalhões
Que tocam o céu
O céu de minha boca
Faminta
Sedenta
Tuas pernas
Colunas
Arco de flores
Roliças
Se abrem
Feito portais de mistérios
Intemporais
Leutos
Descerram
Imbecilizado vislumbro
Tua corbelha de flores
Flor de lótus
Pérola oculta
Tua Rosa que desabrocha
Tua flor que aflora
Beijo teus vermelhos lábios
Longamente
Vasculho essa mística boca
Entre doces pétalas
Dela
Extraio o néctar
Polinizo assim minha garganta
Mas o desejo
De cobri-la
De conquistá-la
Feito guerreiro
Só e derradeiro...
Numa fusão de corpos
de suor
de carne
de calor
Meu velo de couro
Devagar
Invade tua rubra taça
Tange
dilacera
deflora tua flor que aflora
Possui tuas entranhas
latente pulsa
Impulsa
Entre sussurros desconexos
E imagens a fins
Derramo o leite dos Deuses
E transbordo
Teu cálice de Amor.

por Lui Bucallon
fotografia de Ruslan Lobanov

4 comentários:

Marta Vinhais disse...

E nessa guerra sem vencidos e sem vencedor... a paixão encanta-se, vibra, renasce....
Nesse desejo saciado...
Devagar, longa, docemente...
Beijos e abraços
Marta

Ana Pereira disse...

De corpo solto, qualquer coisa que possa fazer por ti será sempre inconfessável. Sempre me disseram que o que é bom deve ficar no segredo dos deuses :) Mas podes confessar-me :)
Um beijo
Ana

Pedro M disse...

Minha querida Marta
Nesta guerra o armistício celebra-se com uma taça de prazer :-)
Um beijo

Pedro M disse...

mmm... Ana...
De corpo solto, confessar-me-ia num sussuro ao teu ouvido...
Um beijo