A janela abre-se sobre a rua
e antes da nudez consumada
já me vês nua.
Posso fazer algo por ti?
Pisa-me que eu deixo
que faças as tuas marcas.
É uma batalha perdida.
Tenho a mão na faca.
Posso fazer algo por ti?
A carne dissolvida
na saliva.
Não o calo
e não dorme o falo.
Selo de joelhos a intimidade.
Posso fazer algo por ti?
Respiro para que não doa.
Onde acaba a roupa e
começa a pele,
para pontos mais altos
e buracos mortíferos,
algo nos impele.
Posso fazer algo por ti?
Receio como tu
o mutismo.
Não quero agarrar estrelas cadentes.
Não tenho esse desejo.
Posso fazer algo por ti?
A poesia não tem grades
mas doem-me as costas.
Mas, posso fazer algo por ti?
por Ana Pereira
fotografia de autor desconhecido
8 comentários:
Uauuu
Minha querida Sandra
é em momentos como este que fecho os olhos e me deixo levar pelas sensações...
Um beijo
Aprecio o que escreves... Arrepia .. Aquece
Quanto ao beijo posso dizer te onde o quero?
Ahhh... Sandra
Quem se arrepiará mais ao sentir o toque da pele um do outro?
Eu?... Tu?...
E o beijo, deixa-me sussurrar-te ao ouvido e dir-te-ei onde o desejo.
Um beijo
Surpreendida 😉
Obrigada pela partilha
Minha querida Ana
As palavras que nos seduzem devem ser partilhadas...
Um beijo
Sei o que poderia fazer por ti....
E tu por mim....
Com pele quente... com prazer... com paixão...
Beijos e abraços
Marta
mmm Marta...
fecho os olhos e deixo que a imaginação nos transporte por mares de seda e de cetim em ondas de paixão e de prazer!
Um beijo
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