sexta-feira, 7 de março de 2008

Eternamente sua


Serei eternamente sua pois,
só tu conheces meu cheiro,
meu gosto e meu corpo.
Tu podes me magoar,
me fazer calar e,
ainda assim serei eternamente sua.
Deixarei que beijes outras bocas,
que toques outros corpos,
que sintas o prazer de outros gemidos
e que conheças o íntimo de outros seres.
Deixarei.
Para ter a certeza de que
voltarás e que entenderás que
quando beijaste outra boca
– era a minha que tu querias,
que quando tocaste outro corpo
– era o meu que querias tocar,
que quando sentiste o prazer de outro gemido
– era o meu que querias sentir e, que,
finalmente, quando conheceste
o interior de outro ser
– era o meu interior que tu buscavas
em tuas infinitas procuras.
Deixarei-te livre, para teres a certeza
de que és meu e, assim voltar
com a certeza de que ficarás.
E então, depois de tantas buscas infindas suas,
revelarei-te que estava a sua espera,
assim como sempre estive.
E seremos eternamente nós.

por Tatiana V. Mattos
fotografia de Dominique Tomasso

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