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Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Ouço as olaias rindo desgrenhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas…
Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras…
Sou chama e neve branca misteriosa…
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
de Florbela Espanca
fotografia de Alexander Verne
4 comentários:
Beijo fantasma...
mmm... espero que esse beijo não fosse uma mentira de 1º de Abril :-)
Beijo
Gostei especialmente deste post...pela escrita única de Florbela Espanca e pela imagem lindíssima que a acompanha.
Obrigada pela visita, volta sempre e quanto à vontade de visitares a exposição tb serás bem vindo ;)
Lindo este poema de Florbela!
No misterio das palavras ela faz transparecer toda sensualidade...
Deixo te um beijo doce
M@ri@
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