segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Férias

Ups!!! De facto a data deste post é Segunda-feira, 7 de Setembro de 2009
(é o que dá aproveitar o post iniciado anteriormente)

Peço desde já desculpa por esta minha ausência prolongada. A necessidade, por motivos pessoais, de tirar férias não programadas na última semana de Agosto e na primeira de Setembro, fez com que não tivesse tido tempo para me dedicar a este blog em geral e às leitoras em particular (o meu telemóvel esteve desligado).
Assim, após uma semana de intenso trabalho no Porto, refugiei-me na ainda aristocrática Santander, na Cantábria. Apreciei a sidra, visitei ruínas proto-românicas e deliciei-me nos concertos do Festival de Música.

Santander. Fotografia de autor desconhecido.

Mas não há prazer que sempre dure, e no início de Setembro rumei ao Funchal. Confesso que prefiro Santander. A cidade do Funchal foi talvez em tempos bonita. Hoje é um caos urbanístico. É necessário fugir da cidade para apreciar a Madeira. Tenho pena de não ter tomado essa decisão logo no início da minha estadia.

Madeira. Fotografia de Amândio.

Bom, agora que estou de regresso ao Porto, espero poder retomar a atenção diária a este blog e às suas leitoras :-)

Um beijo

Pedro M

sábado, 8 de agosto de 2009

Ternura


Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente

que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

por David Mourão-Ferreira
fotografia de Ellington

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Soneto da posse


Amar é possuir. Não mais que o gozo
quero. Não sei porque desejas tanto
escravizar-me; escravizar-te. Quanto
menos me tens, mais me terás. Gostoso
é ser-me livre, alegre, escandaloso ―
o peito aberto pra cantar meu canto;
os olhos claros pra ver todo encanto;
as mãos aladas, pássaros sem pouso.
Abre-me o corpo, vem dá-me o teu vale,
e a esconsa flor que ocultas hesitante,
pois o que falo o falo sem que fale
em tom de amor. Quero vaivém, espasmo ―
um corpo a corpo num só corpo palpitante,
dois no galope até o sol de um só orgasmo.

por Ildásio Tavares
fotografia de Garm