segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Como são belos os teus seios


Como são belos os teus seios! Foram feitos
à medida das minhas mãos. Pousa-os
na minha boca e conta-me
a tua história. Não tens
história? Não tens noite nem vazio nem praia
branca? Fala-me então
do sol, da migração dos pássaros, da mansidão
das estrelas ― fala-me de ti antes de possuíres
um nome, uma história. Sim
em qualquer parte
lançaremos os nossos corpos na relva; alfaias
efémeras; armas exíguas
ardidas na guerra. Como são belos
os teus seios! Trémulas
palavras. Deixa que neles eu me queime como quem
se deita num rio. Sinto
a terra mover-se. Iluminas
as águas e as estrelas. O percurso
é longo. O silêncio montanhoso. Debruço-me
na tua solidão.

por Casimiro de Brito in 69 poemas de amor
fotografia de Afealle


P.S.: que me perdoe o autor a ousadia de dar um título ao seu poema.

4 comentários:

Ana disse...

No anonimato da descoberta de tao doces montanhas, que tuas maos explorem seu percurso, que tua lingua alimente seu cume
Um beijo
Ana

Pedro M disse...

Minha querida Ana,

ou não fossem tão belos os teus seios... :-)

Um beijo

Marta Vinhais disse...

Uma viagem, uma descoberta, dos caminhos do prazer...
Teu, meu....sensações que incendeiam o corpo...
Até já
Beijos e abraços
Marta

Pedro M disse...

mmm Marta...

uma viagem assim é uma descoberta contínua, sem fim...

Um beijo