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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Como são belos os teus seios


Como são belos os teus seios! Foram feitos
à medida das minhas mãos. Pousa-os
na minha boca e conta-me
a tua história. Não tens
história? Não tens noite nem vazio nem praia
branca? Fala-me então
do sol, da migração dos pássaros, da mansidão
das estrelas ― fala-me de ti antes de possuíres
um nome, uma história. Sim
em qualquer parte
lançaremos os nossos corpos na relva; alfaias
efémeras; armas exíguas
ardidas na guerra. Como são belos
os teus seios! Trémulas
palavras. Deixa que neles eu me queime como quem
se deita num rio. Sinto
a terra mover-se. Iluminas
as águas e as estrelas. O percurso
é longo. O silêncio montanhoso. Debruço-me
na tua solidão.

por Casimiro de Brito in 69 poemas de amor
fotografia de Afealle


P.S.: que me perdoe o autor a ousadia de dar um título ao seu poema.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Noite


Adoro a noite.
Nela, deposito as minhas fantasias.

Gosto de ser louca e de te enlouquecer.
Com os desejos do meu corpo.

Esta noite..
Vou confundir-te.
Deixar que o meu cheiro se entranhe em ti,
sem que me vejas.

Velas acesas, lingerie espalhada.
Estarei no quarto nua?

Vem..
Descobre onde estou..
Fica nu também.

E perde também a cabeça...

dedicado por uma leitora anónima
fotografia de Afealle