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Por esta fresta te espreito
Por esta fenda te desvendo
Por esta fresta
cravo
sonda contra esponja,
e babo
e te penetro
teso e reto, e por inteiro
o seu corpo se entreabre:
porta e perna, caixa e coxa.
Por esta fenda
tenda
de pele que se franze,
e rasga
eu me adentro
feito de espera e de esperma:
e espremo — te aperto — e exprimo
toda a cor da carne do amor que escrevo.
Por esta fresta me espreito
Por esta fenda me desvendo.
por Armando Freitas Filho
fotografia de Josef Breitenbach
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