57 anos, profissional liberal. Vivo no Porto. Adoro mulheres sensuais, apaixonadas, vibrantes... Acompanhante masculino. Simpático, discreto, culto, meigo e carinhoso. Desloco-me a domicílios, hotéis e motéis. Disponibilidade algo limitada, por motivos profissionais. Qualquer encontro deverá ser marcado com alguma (pequena) antecedência.
terça-feira, 30 de abril de 2024
Desejo Esparzo
Mesmo sem te conhecer,
Eu te descobri em tudo e no tudo te quis!...
Desejei...
Suspirando numa sensualidade esparsa...
No simples acaso no olhamos,
O beijo propositado,
Onde nos incendiamos...
Recolhe-me nas narinas o teu cheiro...
A tua boca no meu peito...
De ti todo em mim...
Embebe-me completa e indelevelmente ao ponto de contigo me fundir e em ti eu me devasso...
Entusiasmo voraz... num gorjeio, na tua boca fresca onde fomos infinitamente felizes...
O paladar, delicado, é como morder um pessego com os lábios ...
O entusiasmo ardente,
O teu junco flexível,
Haste de feno,
Nas minhas folhas coado,
Num...
Tremente lago debruçado...
A chama esperta,
Extenso caudal, limite em que, ofegante, eu me esparzo...
por Luísa Demétrio Raposo in Respiração das Coisas
fotografia de autor desconhecido
quarta-feira, 24 de abril de 2024
Gula
Os sentidos, qual é o sentido?
Dois são pendentes , e um sentido...
Estava alto e tenso, o orgão vivo,
O estimulo inflecte nas minhas mãos!...
Havia a boca que o tinha... Devastador...
Todo o organismo, neutro vago tremor !
Em ti há chamas em... Num estrídulo duro.
Sucção da boca, que tem na boca, tem, na língua da boca...
Latente, que bate, na fronte, em frente , tua frente louca!
É na boca, é atraz, é na lingua, é atraz, voz que suspira, rouca...
Torrente impetuosa, incandescente , extrema tensão!...
Na exausta haste erecta... Numa gula fascinação...
por Luísa Demétrio Raposo in Respiração das Coisas
fotografia de autor desconhecido
terça-feira, 9 de abril de 2024
Tenho saudades de uma dama
Tenho saudades de uma dama
como jamais houve na cama
outra igual, e mais terna amante.
Não era sequer provocante.
Provocada, como reagia!
São palavras só: quente, fria.
No banheiro nos enroscávamos.
Eram flamas no preto favo,
um guaiar, um matar-morrer.
Tenho saudades de uma dama
que me passeava na medula
e atomizava os pés da cama.
por Carlos Drummond de Andrade
fotografia de autor desconhecido
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