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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Gozo I


Linho dos ombros
ao tacto
já tecido

Túnica branda
cingida sobre as
espáduas

Os rins despidos
no fato já subido
as tuas mãos abrindo a madrugada

Linho dos seios
na roca dos sentidos
a seda lenta sedenta na garganta

a lã da boca
cardada
no gemido

e nos joelhos a sede
que os abranda

Linho das ancas
bordado
de torpor

a boca espessa
o fuso da garganta

por Maria Teresa Horta
fotografia de Tolik Dydnik

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mãos de desejo


Mãos embriagadas de desejo
Procuram as portas do prazer
Para escancará-las à luz
Que brilha na aurora do leito,

Quando os amantes acordam
Com olhos cheios de estrelas
Fixados no céu azul.
Sobre a relva, entre eucaliptos,

As mãos parecem cântaros
Saciando a sede dos corpos,
Ávidos de água bendita
Que lhes brota nas bocas

Quando na relva se unem.
E embotando os sentidos,
Fundem-se em peça única
Com a seiva que gera vida,

Vinda de cimbalístico orgasmo
Vibrando mais que campanários,
Lançam no ar os milhões de notas
Que compõem a ária do amor

Que só as almas podem cantar
Em momento tão sublime,
Os versos nascidos instantâneos
Durante o acto de amar.

por Maria Hilda de Jesus Alão
fotografia de Tolik Dydnik