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Mãos embriagadas de desejo
Procuram as portas do prazer
Para escancará-las à luz
Que brilha na aurora do leito,
Quando os amantes acordam
Com olhos cheios de estrelas
Fixados no céu azul.
Sobre a relva, entre eucaliptos,
As mãos parecem cântaros
Saciando a sede dos corpos,
Ávidos de água bendita
Que lhes brota nas bocas
Quando na relva se unem.
E embotando os sentidos,
Fundem-se em peça única
Com a seiva que gera vida,
Vinda de cimbalístico orgasmo
Vibrando mais que campanários,
Lançam no ar os milhões de notas
Que compõem a ária do amor
Que só as almas podem cantar
Em momento tão sublime,
Os versos nascidos instantâneos
Durante o acto de amar.
por Maria Hilda de Jesus Alão
fotografia de Tolik Dydnik
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