57 anos, profissional liberal. Vivo no Porto. Adoro mulheres sensuais, apaixonadas, vibrantes... Acompanhante masculino. Simpático, discreto, culto, meigo e carinhoso. Desloco-me a domicílios, hotéis e motéis. Disponibilidade algo limitada, por motivos profissionais. Qualquer encontro deverá ser marcado com alguma (pequena) antecedência.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Pororocas
Os prazeres do corpo
adoçam, alegram, cicatrizam.
Abaixo diques, represas!
Sinto o temporal caindo
no deserto. Secreto.
Liberando sumos. Virando Amazonas.
Abaixo a aridez!
Meus fluidos correm livres outra vez!
Quero foz, quero delta, quero muitas pororocas!
Quero muito! Quero mais! Do bom e do pior!
Quero aprender, crescer, evoluir
como a Mocidade na Sapucaí!
abraçando generosamente tudo que me cabe:
o ruim e o melhor! Sem restrições.
E poder finalmente concluir
que tudo depende do ponto de vista,
que são muitos, que são mis.
Abaixo maniqueísmos! Abaixo racismos!
Vivam os quereres! E os amores! E os
desamores!
Mentes míopes, empoeiradas,
hipermétropes e cansadas
pouco podem perceber!
Visão estreita. Mente estreita.
Estreito é o nosso olfacto, o nosso tacto.
Faixas limitadas. Limitadíssimas.
O corpo é o limite! Socorro!
Quero jogar tanto xadrez quanto porrinha.
Admirar Picasso e Newton Bravo.
Me deliciar com adoçante, sal marinho,
fel e açúcar mascavo.
Quero amar o ateu e a freirinha.
O belo e o feiinho.
E amar. E ter prazer. E transcender.
O limite...
por Eliane Stoducto
fotografia de David Steinberg
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8 comentários:
Felicidade! Eis aqui sua melhor representação!
Gostei muito da poesia.
Fica bem...
...sem limites as palavras que endeusam o prazer...gostei
Lindo??
o que são pororocas!!
beijinhos
O termo é brasileiro. Pode ter vários significados. Tanto designa uma espécie de pipoca, como um macaréu (para aqueles que não sabem, macaréu é uma onda de maré que em alguns estuários avança, em forma de muralha, pelo rio acima vencendo a força da corrente deste. Pode também designar borbulhas da pele (um popularismo por analogia com as pipocas).
Quero acreditar que a autora do poema, Eliane Stoducto, tenha estabelecido uma analogia entre as ondas de prazer do orgasmo, e as ondas de maré avançando pelo rio acima :-)
Um beijo
Lindo!!
Beijo fantasma.
Percebido!!
beijo
Belas são as ondas que por aqui se erguem... hummm e que deliciosas imagens trouxeste á minha mente com este poema. ´:)
escrevo-te...
pelo corpo sinto um arrepio
que arrasta o meu próprio
naufrágio em tua costa
corro então com o corpo sedento
bebendo das veias as poucas
forças que me restam
avanças pelo mar adentro,
ferido...descansarás em minhas dunas
o sol retira-se e a lua aproxima-se
deixando viva a tatuagem da tua silhueta sobre mim
e assim...
;)
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