segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O momento em que o desejo foi morto


Encontraram-se.
Olharam-se.
E quase sem proferir uma palavra, suas bocas selaram num beijo há muito desejado.
Um beijo forte, apertado, intenso...
Um beijo que parecia não ter fim, e eles desejavam que assim fosse...
Tentaram parar... impossível. Tinham que continuar. As suas bocas clamavam uma pela outra, as mãos dele buscavam o corpo dela, cheio de desejo, descobrindo todos os cantos secretos que ela tinha.
E ela... ela entregava-se com a mesma vontade, encostando o seu corpo ao dele, sugando cada minuto como se fosse o último.
Ambos tremiam, tremiam de prazer...
Era muito forte o que os unia nesse momento... momento único... momento intenso... momento sublime.
Nada mais existia para além deles ali...abraçados num longo beijo...
As suas respirações estavam aceleradas e rapidamente tinham que matar o desejo.
Encontrado o local, o tempo parou, o sol brilhou, e de novo o beijo recomeçou...
As roupas espalhadas pelo chão, a cama, dois corpos nela deitados, banhados em suor, matando o desejo...
Não falavam, apenas se beijavam. Com tal ânsia, com tal vontade, com tal desejo... parecia que o mundo iria acabar no momento seguinte... era tal a intensidade com que faziam amor... Sim! Só podia ser amor!...
E repetiram mais uma, e mais outra vez, e mais outra vez, até não terem força para continuar.
E nesse momento, o desejo foi morto...

por Carla Oliveira
fotografia de Gordon Denman

Este texto foi-me enviado pela autora.

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