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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Bêbada de tesão



Nunca me senti tão livre
Tão entregue à boca e língua de outro alguém
O sexy desse piercing
Você me beija e me morde desde os dedos dos pés até a testa
Só posso observar.
Atônita.
Bêbada de tesão.

Tomando da cena
Grandes goles de prazer
Enquanto o vinho rosé desce frio
Você me desce quente.

Fervendo e latejando.
Lento e sem pressa
Essa língua que me liquefaz
E esse lindo e enorme pau
Que me preenche na noite.

por Samira Oliveira (@venusterceira)
fotografia de Garm

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O momento em que o desejo foi morto


Encontraram-se.
Olharam-se.
E quase sem proferir uma palavra, suas bocas selaram num beijo há muito desejado.
Um beijo forte, apertado, intenso...
Um beijo que parecia não ter fim, e eles desejavam que assim fosse...
Tentaram parar... impossível. Tinham que continuar. As suas bocas clamavam uma pela outra, as mãos dele buscavam o corpo dela, cheio de desejo, descobrindo todos os cantos secretos que ela tinha.
E ela... ela entregava-se com a mesma vontade, encostando o seu corpo ao dele, sugando cada minuto como se fosse o último.
Ambos tremiam, tremiam de prazer...
Era muito forte o que os unia nesse momento... momento único... momento intenso... momento sublime.
Nada mais existia para além deles ali...abraçados num longo beijo...
As suas respirações estavam aceleradas e rapidamente tinham que matar o desejo.
Encontrado o local, o tempo parou, o sol brilhou, e de novo o beijo recomeçou...
As roupas espalhadas pelo chão, a cama, dois corpos nela deitados, banhados em suor, matando o desejo...
Não falavam, apenas se beijavam. Com tal ânsia, com tal vontade, com tal desejo... parecia que o mundo iria acabar no momento seguinte... era tal a intensidade com que faziam amor... Sim! Só podia ser amor!...
E repetiram mais uma, e mais outra vez, e mais outra vez, até não terem força para continuar.
E nesse momento, o desejo foi morto...

por Carla Oliveira
fotografia de Gordon Denman

Este texto foi-me enviado pela autora.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Homenagem


Ah, o pecado!
Viva o pecado
Que esconde em si
A mais casta virtude.
Pequemos todos, então,
Pois a alternativa
É sermos todos pequenos e vãos.

Deixemos correr
Mãos sobre nádegas
E olhares incestuosos
Sobre nossas próprias amantes.
Degolemos padres e pastores
(que também pecam, só que pecam
escondidos)
Pelo horror de terem inventado
As velhas beatas que nunca souberam
pecar.

E pequemos sem culpa
Porque culpa e pecado
Não sabem dançar um maxixe,
Só valsas vienenses.
Quando muito!
O pecado é belo,
Fulgurante e molhado;
Feito para ser deliciado
Como outra língua em nossa boca.

Fiquemos apenas com a angústia
Do pecado mal feito
Ou do jamais cumprido.
Pequemos o aqui e no agora
O pecado doce
Da quase-castidade abandonada.

Sem o pecado
Não acredito na sinceridade de Deus.

por Paulo Mont'Alverne
fotografia de Daniel Oliveira

terça-feira, 17 de março de 2009

Seios


Teus seios pequeninos que em surdina,
pelas noites de amor, põem-se a cantar,
são dois pássaros brancos que o luar
pousou de leve nessa carne fina.

E sempre que o desejo te alucina,
e brilha com fulgor no teu olhar,
parece que seus seios vão voar
dessa carne cheirosa e purpurina.

Eu, para tê-los sempre nesta lida,
quisera, com meus beijos, desvairado,
poder vesti-los, através da vida,

para vê-los febris e excitados,
de bicos rijos, ávidos, rasgando
a seda que os trouxesse encarcerados.

por Hildo Rangel,
fotografia de Daniel Oliveira