57 anos, profissional liberal. Vivo no Porto. Adoro mulheres sensuais, apaixonadas, vibrantes... Acompanhante masculino. Simpático, discreto, culto, meigo e carinhoso. Desloco-me a domicílios, hotéis e motéis. Disponibilidade algo limitada, por motivos profissionais. Qualquer encontro deverá ser marcado com alguma (pequena) antecedência.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Impudique
Les verges de la nuit caressent mon fruit rouge.
Sous la robe de lune à la pulpe de lait,
Je me donne ivoirine au souvenir défait.
Sur le front de ma peau nulle ride ne bouge.
Ma veine coule noire et mes jambes de gouge,
Comme de grands pinceaux, redonnent un attrait
A la toile sépia d’un lugubre portrait
Gisant sur le plancher décati de mon bouge.
J’entends ton pas de plomb montant l’escalier.
Ton ombre se dessine au bord du palier.
Je recouvre mon corps d’une main transparente.
Sur le ventre brûlant court un doigt vagabond ;
Soudain mon impudeur en devient apparente,
Tu asperges de feu le désir moribond.
par Christiane Kuhk, extrait du livre Métaphorain
photographie de Tuta
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Geometria dos corpos
A menor distância
entre dois pontos
está na conjunção
de nossos corpos
que se atraem na razão inversa
da razão e do verso.
Beija meus senos
percorre minha hipotenusa
para te perderes no triângulo
molhado sob minhas bermudas
e descobrir minhas incógnitas
me rasgando com teu cateto.
Encaixa teu cilindro
em meu cone que te precisa
e acha, usa e abusa,
descobre o meu ponto G...
Encontra a quadratura do círculo
na curva de meus quadris.
por Camila Sintra
fotografia de Yan McLine
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Ode às noites íntimas
As palavras nada proíbem. Quem proíbe,
pouco entende o brilho húmido dos lábios
que se entreabrem, e do pénis as grossas
túmidas veias e a ansiosa glande;
ou ainda, se percebe, os desentende:
quantas meninas houver desflorado, tanta
a sanha de calar o que todos fazem
em cada volta que a Terra dá e nas que deu
e nos biliões que dará, ocultando sob
os telhados e sob as árvores o lutar
de corpos que leva voando no espaço.
De que ter pudor, se dois humanos ensaiam
longamente na boca e pele que se morde
e nos pêlos afagados que se orvalham
a rigidez e a penetração do membro?
A vida também é as mãos apalparem
indagando os seios, o clitóris rodarem
como aos mamilos, para que as femininas
mãos apertem o membro e o masturbem.
Nada, pois, impede de cantar-se a luxúria,
os pêlos, a tesa pele, o confundir vultos,
o segredo de cada vez descoberto ou
inventado, a língua, as mãos, os dedos
exactos e o mais penetrando tudo que
o corpo abra, e a garganta grite, e os
dentes exijam, e as coxas apertem e
logo se abram, e pernas e calcanhares
prendam, e as unhas cravem, e o ventre
salte no movimento tão antigo das
marés vivas – materna origem –, e a
vulva acompanhe em calculadas contracções
o falo que mergulha e sai, e assim tenha
o saber herdado dos moluscos do mar.
Pudor de escrever o penetrar de corpos
cada dia tão diverso quanto são os dias?
O membro usa o comprimento e a dureza
com a lucidez e o gozo de senti-lo
nos lábios que o recebem no desespero
de resistirem e a sede de o abraçarem
e medirem, suor de sal, distantes ondas,
olhos brancos loucos de lua, quando
do telúrico vulcão ao longe os gemidos
vêm subindo, no ritmo dos quadris
que aceleram e da respiração que arfa,
e as palavras ditas na noite, segredadas,
de quem sábio alteroso se navega
e indica o norte para que nada se perca,
já a lava começa a premente subida
da medula do corpo à ponta do ventre,
e os gemidos crescem e se apressam,
misturados às palavras, ainda guiando
e logo perdidas, obscenas em gritos
e rugidos, que limitam a noite à cama,
explodidas nos saltos do membro que o
esperma ejectam e a carne profunda,
apertando, ávida, sorve e chama na
perdição que não é subir a astros, mas
esvair-se em vida p'ra semear o mundo.
Logo lentos os corpos esfriam e dormem.
Para depois haver a manhã e da vida
o labor salvar-se nas noites que virão.
por Manuel Rodrigues
fotografia de Garm
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Entrega
Um beijo desce pelo corpo
passeia pelas pernas
beijando cada dedinho do pé
sobe pelas curvas das ancas
deslizando no meio das nádegas
serpenteando pelas costas acima
até atingir a nuca
afastar teus cabelos
tornear tuas orelhas
buscando teus lábios abertos.
Encontro de línguas em fogo
e mãos que descem aos seios
teus mamilos em minha boca
teu arfar em meu coração
minha alma em teus braços.
No meio de tuas pernas
o cheiro perfumado do prazer
atrai meu encaixe que busca
tua entrada que acolhe
sem pensar em mais nada...
por Camilla Sintra
fotografia de autor desconhecido
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Femina
Não lavei os seios
pois tinham o calor
da tua mão.
Não lavei as mãos
pois tinham os sons
do teu corpo.
Não lavei o corpo
pois tinha os rastros
dos teus gestos;
tinha também, o meu corpo
a sagrada profanação
do teu olhar
que não lavei.
Nem aqueles lençóis,
não os lavei,
nem os espelhos
que continuam
onde sempre estiveram:
porque eles nos viram
cúmplices, e a paixão,
no paraíso,
parece que era.
Lavei, sim,
lavei e perfumei
a alma, em jasmim,
que é tua, só tua,
para te esperar
como se nunca tivesses ido
a nenhum lugar:
donde apaguei
todas as ausências
que apaguei
ao teu olhar.
por Soares Feitosa
fotografia de Marcus Maly-Motta
Este poemeto, no modo mulher, é uma variante ― e homenagem ― do poema Lembranças, de Angela Schaun (Soares Feitosa)
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Le corps d'un homme
Le corps des hommes
Etait son terrain de jeu
Caresser, embrasser,
Oser toujours plus
Résister un peu
Puis se donner
Sans retenue
Donner, prendre, offrir
Un torse qui se dévoile, la
Nature qui prend le pas sur l’
Humain; humaine nature
Obscène comme l’animalité
Masculine comme les courbes
Mutines de ton corps désormais
Esclave de son exclusif amour
par Laura Vanel-Coytte
photographie de Matteo Bertolio
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Toque
Os dedos tacteiam a pele suave como veludo,
O toque macio e quente,
derrete o gelo do receio.
Acelera o ritmo do coração que bate, cada vez mais depressa, ansiando que percorras mais o meu corpo.
Que deslizes sinal a sinal...
Que encontres a porta de chegada.
Que entres, que te sintas em casa.
Que humedeças com o teu corpo o meu.
Que me faças sentir a volúpia do prazer. Aumenta a vontade que continues...
Não pares, o momento é este... eleva o ritmo que aligeira as ancas, penetra no corpo que por momentos é teu...
Uhm! Gritos de paixão, gritos de euforia... gritos de prazer, conjugam-se em melodia...
dedicado por Ana
fotografia de Trevor Watson
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Modo de amar ― VIII
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