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A praia da memória
a sulcos feita
a partir da cintura:
a boca
os ombros
na tua mansa língua que caminha
a abrir-me devagar
a pouco e pouco
Globo onde a sede
se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha
a anca repousada
que inclinas
as pernas retezadas que levantas
E logo
são os dentes que limitam
mas logo
estão os labios que adormentam
no quente retomar de uma saliva
que me penetra em vácuo
até ao ventre
o vínculo do vento
a vastidão do tempo
o vício dos dedos
no cabelo
E o rigor dos corpos
que já esquece
na mais lenta maneira de vencê-los
por Maria Teresa Horta
fotografia de Santillo
4 comentários:
tão quente... tão voluptuoso... maravilhoso...
mmm minha querida Cassamia...
as palavras despertam-nos para o prazer dos sentidos...
Um beijo
Perfeito o poema, perfeito o enquadramento da foto.
Estou sem palavras. Sinto o poema como meu.
Um beijo meu Pedro M
Ana
mmm minha querida Ana...
o poema recordou-me a volúpia de sabores :-)
Um beijo
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