quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Beijo


O melhor beijo é o beijo desejado,
o beijo que me completa,
o beijo da minha forma adequada,
o beijo com o sabor do desejo
na flor da minha pele,
o beijo da minha vontade,
o beijo que faz o meu pensamento,
o beijo que faz a minha boca e
meu corpo querer um novo beijo
outra vez e mais outra vez.
O melhor beijo é o beijo sem tempo,
o beijo de longa duração ou de pouca duração,
um beijo de vinte segundos
ou de vinte minutos, isto não importa.
O tempo não conta, enquanto se beija o tempo para, o tempo freia.
E nesta inércia do tempo
só sinto a louca vontade do outro.
Sinto a outra língua que de encontro
com a minha faz um passeio suave e
excitante umedecendo minha alma.
Sinto a língua que viaja dos
dentes ao céu da boca.
Sinto a língua que acarinha os
meus lábios. A língua e a língua...
A língua que me roça, que me percorre,
que me navega e que me lambe...
O melhor beijo é o beijo em que a língua
faz o beijo e o beijo faz o sexo.


por Cigana
fotografia de autor desconhecido

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dezembro segundo Simon Bolz e Luís de Camões


O fogo que na branda cera ardia

O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.

Como de dois ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.

Ditosa aquela flama, que se atreve
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!

Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.


por Luís Vaz de Camões
fotografia de Simon Bolz

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Novembro segundo Simon Bolz e Maria Teresa Horta


Antecipação

Entreabro as minhas
coxas
no início dos teus beijos

imagino as tuas
pernas
guidas pelo desejo

oiço baixo o teu
gemido
calado pelos meus dentes

imagino a tua boca
rasgada
sobre o meu ventre


por Maria Teresa Horta
fotografia de Simon Bolz

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Vermelho


Esta noite vou enlouquecer e atrair-te para essa minha loucura.
Vou acender velas aromáticas, espalhar petálas de rosa pela casa e cobrir a cama com uma colcha vermelha.
Escolhi um roupão de seda, quase transparente, mas ainda não decidi se vou deixar que sejas tu a arrancá-lo, apressado, ansioso do meu corpo.
Talvez faça um striptease, desnude os ombros primeiro, depois um seio, a seguir o outro, deslizando o roupão lentamente até ao chão e expondo, finalmente, o meu sexo já húmido!
Quero, então que me deites na cama...Mas não, não quero que entres já em mim.
Quero que espalhes este óleo nas costas, que me acaricies a nuca, os ombros e que me percorras as costas, acendendo-me o desejo.
Abafo o grito de prazer na almofada e viro-me lentamente para que vejas e sintas como os meus seios se empinam, como os mamilos estão erectos e o meu braço sobe, enrosca-se no teu pescoço e traz-te até aos meus lábios, entreabertos.
Beija-me... Procura a minha língua, conquista-a!
Desce a tua mão... Insinua-te ao meu sexo... Brinca, provoca-o!
Grito, sinto uma onda de calor a invadir-me e guio-te, desta vez a tua boca, até ao meu sexo.
E navego contigo num mar de prazer indescritível...


dedicado por uma leitora anónima
fotografia de autor desconhecido

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Outubro segundo Simon Bolz e José Gomes Ferreira


De: Café

De súbito, o diabinho que me dançava nos olhos,
mal viu a menina atravessar a rua,
saltou num ímpeto de besouro
e despiu-a toda...

E a Que-Sempre-Tanto-Se-Recata
ficou nua,
sonambulamente nua,
com um seio de ouro
e outro de prata.


poema de José Gomes Ferreira
fotografia de Simon Bolz

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Tarde 325


mordisco as maçãs do teu rosto
o teu cabelo prateado toca(-me) os lábios de cereja
pele de pêssego
mãos que me desenham poemas nas costas
l e t r a - a - l e t r a
a palavra
inventada a cada instante
quando entras no meu segredo
mistério alagado de desejo
sorris
o meu corpo é argila
molde no teu
lama
alma em nevoeiro
pó de deserto
gelo então.
Mão descoberta
saudade liberta
viagem música ensaio.
C
a
i
o
partida
orgasmo bebida.

por Anamar in Diário de uma Amante Virgem
fotografia de autor desconhecido

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ah! Esse homem


Ah! esse homem. Que me toca os seios,
Como um beija-flor toca, no jardim, as flores,
Arrepia-me despertando antigos devaneios,
De mãos no meu corpo em longos passeios.

Ah! esse homem. Que me cobre de beijos,
Que deixa marcas denteadas nos meus braços,
Expõe minha anatomia nua sem segredos,
Como se fosse um quadro de célebre pintor,

E a mira com olhos de sol coruscante,
Incendeia a tela com seu fogo sagrado,
Remexe a lava, no fundo, adormecida,
Do vulcão dos meus profundos desejos,

Fazendo explodir em mim a mulher plena,
A amante ardente de gestos delicados,
Que pouco se importa com os espinhos,
Para ser a dona dos seus carinhos.

Ah! Esse homem.


por Maria Hilda de Jesus Alão
fotografia de autor desconhecido

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Tarde 502


os meus olhos faíscam sonhos que as tuas mãos completam em lume a arder devagar nos meus joelhos trémulos de ânsias adiadas.

a tua língua acende raios de luz na minha pele em pétalas de orvalho. solto-ME em (crist)ais de sombra. nua que estou. e húmida em gargalhadas de frescura límpida, seios esvoaçantes nos teus lábios de veludo barbeado(s).

música à flor da pele, pelas tuas mãos tocada. és poema que nasce no meu ventre, és magia, canto e perfume. segredas-me que o sexo , não se escreve, não se fala, faz-se assim, nesta entrega de almas e troca de corpos em misturas de tons e sabores. de pele e carne tenra.

e é quando entras em mim, que me transformo em cabelos, boca, coxas, ventre e seios. e a volúpia do rio que cresce em mim salta as margens no gemido mais insistente que abraça o tempo e me faz mulher na tua boca calada pelo meu beijo escorrido em seiva.

és reflexo na madrugada tardia e das carícias suspensas, nascem metáforas com que reinventamos o amor.


por Anamar in Diário de uma Amante Virgem
fotografia de Alexander Savushkin

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Setembro segundo Simon Bolz e Car­los Drum­mond de Andrade


Era Manhã de Setembro

Era manhã de setembro
e
ela me beijava o membro

Aviões e nuvens passavam
coros negros rebramiam
ela me beijava o membro

O meu tempo de menino
o meu tempo ainda futuro
cruzados floriam junto

Ela me beijava o membro

Um passarinho cantava,
bem dentro da árvore, dentro
da terra, de mim, da morte

Morte e primavera em rama
disputavam-se a água clara
água que dobrava a sede

Ela me beijando o membro

Tudo o que eu tivera sido
quanto me fora defeso
já não formava sentido

Somente rosa crispada
o talo ardente, uma flama
aquele êxtase na grama

Ela a me beijar o membro

Dos beijos era o mais casto
na pureza despojada
que é própria das coisas dadas


Nem era preito de escrava
enrodilhada na sombra
mas presente de rainha

tornando-se coisa minha
circulando-me no sangue
e doce e lento e erradio

como beijara uma santa
no mais divino transporte
e num solene arrepio

beijava beijava o membro

Pensando nos outros homens
eu tinha pena de todos
aprisionados no mundo

Meu império se estendia
por toda a praia deserta
e a cada sentido alerta

Ela me beijava o membro

O capítulo do ser
o mistério de existir
o desencontro de amar

eram tudo ondas caladas
morrendo num cais longínquo
e uma cidade se erguia

radiante de pedrarias
e de ódios apaziguados
e o espasmo vinha na brisa

para consigo furtar-me
se antes não me desfolhava
como um cabelo se alisa

e me tornava disperso
todo em circulos concêntricos
na fumaça do universo

Beijava o membro
beijava
e se morria beijando
a renascer em setembro


poema de Car­los Drum­mond de Andrade
fotografia de Simon Bolz

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Gratidão divina – a um Adónis


Versos na pele dos sentidos essa gratidão
Devassa sulcos em suor de corpos fundidos
Húmida brilha translúcida suave excitação
Quando dos lábios escorrem doces gemidos

Grata aos teus mais profanos devaneios
Toda a sensualidade erguida altar divina
Acesa a chama luz súplica de belos seios
Na palavra verso poema da flor feminina

Essa da gratidão divina onde escorre o prazer
Gruta de orgasmos lentos e multiplicados
Que mão e boca em fogo aceso fazem endoidecer

Mas é o falo de um Adónis deus e senhor
Que ordena e enfeitiça para insanos pecados
Quando em devoção comete o amor


por Ana Bárbara de Santo António,
fotografia de autor desconhecido

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Surpreende-me


Surpreende-me...
Querer desejo incontido
Lambe-me os seios
desmancha-me a loucura
usa-me as coxas
devasta-me o umbigo
mostra-me tua bravura
abre-me as pernas
põe-nas nos teus ombros
e lentamente faz o que te digo
os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas
Encostada de costas quentes suadas
ao teu peito inchado
em leque as pernas dolentes
abertas
o ventre inclinado
ambos de pé colados
despertas
formando lentos gestos de ternura
as sombras brandas
tombadas no soalho leito
Corpos excitados
Em morna loucura
Estranho feito
Que em tempo perdura


por Ana Bárbara de Santo António,
fotografia de autor desconhecido

sábado, 2 de agosto de 2014

Agosto segundo Simon Bolz e William Shakespeare


Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.


William Shakespeare in Sonho de uma Noite de Verão,
fotografia de Simon Bolz

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Poeminha de louvor ao “strip-tease” secular


Eu sou do tempo em que a mulher
Mostrar o tornozelo
Era um apelo!
Depois, já rapazinho, vi as primeiras pernas
De mulher
Sem saia;
Mas foi na praia!

A moda avança
A saia sobe mais
Mostra os joelhos
Infernais!

As fazendas
Com os anos
Se fazem mais leves
E surgem figurinhas
Em roupas transparentes
Pelas ruas:
Quase nuas.
E a mania do esporte
Trouxe o short.
O short amigo
Que trouxe consigo
O maiô de duas peças.
E logo, de audácia em audácia,
A natureza ganhando terreno
Sugeriu o biquíni,
O maiô de pequeno ficando mais pequeno
Não se sabendo mais
Até onde um corpo branco
Pode ficar moreno.

Deus,
A graça é imerecida,
Mas dai-me ainda
Uns aninhos de vida!


por Millôr Fernandes,
fotografia de autor desconhecido

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Besarte toda


Contaré trescientas veinte veces trescientos
para besarte toda.
Vendré bajando desde la cresta hasta la cauda,
desde los riscos hasta las grutas,
de ala en ala, de pluma en pluma,
bajo tu sombra y bajo el aroma,
y por encima de lo que el alba
me dijo nunca me le acercara.

Empezaré de este a oeste
fijando un punto sobre tu frente.
Iré contando lento y despacio
pues hay besos que valen oro
dejarlos quietos sobre tu dorso.
Y hay besos que son de encanto
y esos los pongo juntitos todos
a que se agrupen
abanicando tu dulce vientre.

Hay besos que se hipnotizan,
se vuelven locos y caen cual flechas
para perderse en tu pecho y vibran.

Hay besos, y tantos besos,
que voy contando sin darme prisa.
Y cuento y cuento sin agotarlos,
sólo que ericen tu piel y tiemble.

Y cuando llego a doscientos treinta,
sin que lo notes,
finjo demencia para iniciar de nuevo
la cuenta en cero:
trescientos veinte, trescientas veces.
De oeste a este para ubicarme
y llenar de besos esos espacios
que me faltaron de este a oeste.

Trescientas veces para que sueñes.
Trescientas veces para que vibres.
Trescientas veces, a que me beses.
De este a oeste, cubriendo todo,
para animarte, para extasiarte,
para que sientas la primavera
que va naciendo desde tu vientre.


por Salvador Pliego,
fotografia de autor desconhecido

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Julho segundo Simon Bolz, Paul Simon e Art Garfunkel


July, she will fly
And give no warning to her flight.


April come she will

April come she will
When streams are ripe and swelled with rain;
May, she will stay,
Resting in my arms again

June, she'll change her tune,
In restless walks she'll prowl the night;
July, she will fly
And give no warning to her flight.

August, die she must,
The autumn winds blow chilly and cold;
September I'll remember.
A love once new has now grown old.


poema de Paul Simon e Art Garfunkel
fotografia de Simon Bolz

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Troco


Eu troco
ponho e disponho
da diferença do meu corpo

no agasalho da nuca
a penumbra do pescoço

Ombros a meio divididos
onde as asas já despontam
para a ternura das nádegas

fazendo tudo
o que contam

Dispo
troco digo e ponho
os dedos no espaço incerto

onde a língua toma o gosto
do que fica a descoberto


por Maria Teresa Horta,
fotografia de autor desconhecido

domingo, 1 de junho de 2014

Junho segundo Simon Bolz e Joe Cocker


You Can Leave Your Hat On

Baby, take off your coat...real slow
Baby, take off your shoes...here, I'll take your shoes
Baby, take off your dress
Yes, yes, yes
You can leave your hat on
You can leave your hat on
You can leave your hat on

Go on over there and turn on the light...no, all the lights
Now come back here and stand on this chair...that's right
Raise your arms up in to the air...shake 'em
You give me a reason to live
You give me a reason to live
You give me a reason to live

Suspicious minds are talking
Trying to tear us apart
They say that my love is wrong
They don't know what love is
They don't know what love is
They don't know what love is
They don't know what love is
I know what love is


poema de Randy Newman (mas aa melhor versão foi sempre a de Joe Cocker)
fotografia de Simon Bolz

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Jogos sem Conceitos


Lambe
Sambe
Meu corpo
Promete
Espera
Aguenta
Venha
Experimenta
Joga
Brinca
Tenta
Seduza
Abusa-me
Lambuza
Orienta-me
Faz-me
Louca
Pouca
Doida
Muita
Traduza-me
Cola
Tua pele na minha
Tua carne
Teu sexo
No meu sexo
Transgrida
Infrinja
Leis
Conceitos
Regras
Baste-se
Junte-me
Embole-se
No jogo de pernas
Quadris
Braços
Bocas e línguas
Deixe correr
Deixe rolar
Vamos
Agora e sempre
Amar e gozar...


por Cau Lanza,
fotografia de autor desconhecido

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Maio segundo Simon Bolz e Zeca Afonso


Maio maduro Maio, quem te pintou
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou
Raiava o sol já no Sul, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru
E uma falua vinha lá de Istambul

Sempre depois da sesta chamando as flores
Era o dia da festa Maio de amores
Era o dia de cantar, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru
E uma falua andava ao longe a varar

(...)

poema de Zeca Afonso
fotografia de Simon Bolz

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Sœur Caroline (les vêpres)


L’heure des vêpres, la plus connue des prières
Des clameurs s’échappent du monastère
Non pas celles des louanges habituelles
Mais celles du chant des pucelles

Aux prémices de l’aube, Caroline initie
Les jeunes jouvencelles fraîchement accueillies
Trois filles innocentes qui partagent sa couche
Obéissantes à l’œil au doigt et à la bouche

Mère supérieure à donc à son insu
Confié ses trois nouvelles recrues
A la plus dévergondée des moniales
Sœur Caroline la libérale

Les doigts agiles de l’initiée
Parcourent les monts et vallées
Dégrafant au passage
Les boutons des robes sages

Nues, débarrassées de leurs oripeaux
Corps à corps, peaux contre peaux
Caroline caresse ses élèves
Les embrasse du bout des lèvres

Sa bouche dépose de délicats baisers
Aux endroits les plus enclavés
Elle savoure avec délectation
La saveur de chacun des trois cons

Voilà enfin une bien drôle intronisation
Trois rituels pour une pénétration
Un doigt, un cierge, un goupillon
Dans le frais derrière des canons

Dans un chaos de jouissance
Chacune jure de faire vœux de silence
Désireuses à nouveau de plaisirs interdits
Ainsi s’achève la cérémonie


par Ladge Damond in La Passion des Poèmes
photographie de Alice Hanecki

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Delírios da tarde


Traz-me tua boca e deixa que pouse
aqui sobre os meus seios. A tarde vai
pelo meio e desde a aurora o corpo meu
sedento te deseja.

Dá-me tua língua em minha língua para
que eu te excite, movimentos meus no
céu da boca e dentes, lábios quentes sobre
os teus deixam escapar gemidos.

Fecha os olhos, deita enquanto esfrego em
tua pele meus mamilos; tua bunda e coxas
minha boca e dentes. Ouve o meu pedido
urgente em teus ouvidos.

Sente os movimentos ondulantes meus quadris
em tuas ancas, sobe e desce lento e mexe e vira
e olha, sente. Segura meus quadris em tuas mãos
e gira e gira e puxa e tira e puxa novamente.
Olha.

Meu olhar para ti flameja e o ar me falta. Tua
boca nos meus seios, gemo. Tua mão meus pêlos,
púbis, grito. Minha voz e teus gemidos, minhas
mãos tentam tocar o infinito enquanto gozo
louca no teu colo, enquanto sinto teus
espasmos dentro.

Findo.
Minhas mãos na tua pele em lanhos do meu desejo.
Marcas púrpuras do teu beijo em meu pescoço.
O suor da tua pele no meu corpo.

Canso. E adormeço nua e acolhida em teu abraço.

por Nálu Nogueira,
fotografia de autor desconhecido

terça-feira, 1 de abril de 2014

Abril segundo Simon Bolz


Ahh!!! Abril, águas mil!
Que vontade de sentir o sol...

Um beijo

fotografia de Simon Bolz

quarta-feira, 19 de março de 2014

A Fairytale


Dreamland awaits you,
Close your eyes,

Imagine you and I,
Close as breath,

Skin upon skin,
Lips touching,

For you taste of Raspberries,
sweetly irresistible,

The fragrance of you,
Takes my breath away,

I am burning inside,
A torch of fire,

Burning fuel of passion,
For you are my desire,

My heart beats with every breath,
You are my destiny,

Your eyes evade me,
deep, dark, mysterious,

I am your slave,
Your love has captured me,

Grab my body,
Pull me close,

Show me your love,
In ways I could only dream.

Wake me I must be dreaming,
This is a fairytale.


by Millette Addison,
photography of Mario and Ania

terça-feira, 11 de março de 2014

Cansei! Não quero mais príncipe


Cansei! Já não quero mais príncipe.
Já vai distante meu tempo de inocência
Quero agora um lobo mau
Condizente com minha exigência!
Príncipe encantado... nem pensar!
Quero agora um lobo mau
Atrevido... ousado
Para intensamente me amar
Quero-o astuto e dominador
Para com seus olhos ardentes me despir
Que venha gostoso e sem pudor
Para com loucura me possuir!
Príncipe? Já não é sua vez nem hora
Quero agora um lobo bem mau
Que chegue até mim com competência
E que me devore cheio de indecência!


por Nádia Santos,
fotografia de Simon Bolz

sábado, 1 de março de 2014

Março segundo Simon Bolz


mmm... finalmente a Primavera!
Que vontade de tirar a roupa e sentir o toque quente do Sol na pele!

Um beijo

fotografia de Simon Bolz

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cântico de Dorva – VII

O ninho de Dorva.
A cama de Dorva
de palha e folha
na terra.
Deixa-se cair
sentada, deitada.
Sobre seu ventre liso, redondo
desnudo, salta o macho.
Um ofego de posse
tácito.
Sexo contra sexo.
Aquele cântico de Dorva,
Aquele chamado – piado de fêmea:
obscuro
aflitivo
genésico
instintivo
veio vindo... veio vindo...
Rugindo
chorando
gritando
apelando
do fundo do tempo
do fundo das idades.

por Cora Coralina,
fotografia de autor desconhecido

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Luxuriae


Quero ser a tua Vénus romana, exaltando toda a minha beleza.
A tua Afrodite grega, que te cega de paixão.
A tua Tlazoltéotl asteca, que te descontrola com toda a minha imoralidade.
E, despida de qualquer pudor, quero ser a tua Lilith judia,
que abandonou o Éden para entrelaçar-se ao seu mais demoníaco e tentador amante.
Insaciável. Estou assim. Insaciável.
Não quero saber da pureza, da castidade, da moral.
Quero-te. Agora. Já.
Luxuriante.
A possuir-me, desmedidamente, até não haver mais uma gota de suor.

por Ana de Sousa, do projecto |ART.FUSION| Os 7 Pecados |Luxúria|,
fotografia de autor desconhecido

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Red Stilettos

I'm in front of your door
let me in
I'm wearing your favorites heels
a kiss on my neck
a kiss on my breast
a glass of wine please,
that will be nice
open legs on the sofa
pussy trimmed and tight
just what you like,
put some music
fire candle light
somebody is happy to see me
mean hard wood
here come and look
ass up in my red stilettos

by BlueRoseLiz
photography by unknown author

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Licor


O teu corpo é um bombom em minha boca
Um som que se quebra em minha língua
Um licor que escorre sensual

Não há nada igual
Minha língua do teu corpo inquilina
Teu licor que minha boca indisciplina

Nada igual
Tua dor, teu louco riso
Teu pouco juízo

Final.


por Ricardo Kelmer,
fotografia de autor desconhecido

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Recogiendo Hojas


Mira, mi amor, si seré provinciana,
si seré virgen, y ciega y melancólica,
que me he olvidado hoy de pronunciar tu nombre.

Que me he olvidado hoy de escribirte este poema,
que ya no sé deshojar las margaritas,
y se me caen los brazos cuando quiero tocarte.

Mira mi amor, si seré antigua,
sola y reaccionaria, caperucita roja desnuda,
hada en la niebla, que hoy no me acordaba
del sabor de tus labios.

¿Bajo qué maldición andaré muerta,
deslustrada, flor inerme y carnívora,
que ya mi sexo no te llama?
Si no te temo ya ni te respeto,
si ya sólo te amo, todavía te amo,
rostro sin nombre. Dios de juguete.

Voy recogiendo hojas, las hago mías,
tuyas, de pasarles la pluma,
y las echo a volar por todas partes.


por Alejandra Menassa in La Piel del Deseo,
fotografia de Sergey Timoschuk

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fevereiro segundo Simon Bolz


Ahhh... deve ser do frio... deve ser do frio...
Desejo-vos um mês de Fevereiro bem quentinho!

Um beijo

fotografia de Simon Bolz

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sœur Caroline (la None)


Dans sa chambre alone
Des notes de Lennon
A l’heure de la None résonnent
Sœur Caroline fredonne
"All you need is love"
"All you need is love"

L’amour est son crédo
Pas l’Amour spirituel
L’amour humide et chaud
L’amour charnel
Celui qui brûle les corps
Qui crie "encore"

L’amour qui éveille ses sens
L’amour qui invite à la danse
Celui qui érige ses seins
Lui brise les reins
Et qui s’écoule en son for intérieur
Qui l’inonde de bonheur

Sœur Caroline, à l’heure de la None
Fredonne Lennon
"All you need is love"
"All you need is love"
"All you need is love, love"
"Love is all she needs"

por Ladge Damond in La Passion des Poèmes
fotografia de Dmitri Biriukov

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Capuchinho Vermelho


tu
tu
tu tu
mau tu
tu eras mau e eu sabia
e sabia que assim mesmo te queria
no caminho da floresta eu atrás de ti
e lá queria saber de conselhos e de medos
e de lendas e de flores e de estradas sem perigos
e de luzes claras brancos passos coelhos fofos e amigos
cada pão salgado e doce cada biscoito na cesta era já teu
avisos: é inferno e má era eu toda fantasia a pensar no céu
a fingir que era menina e muito cheia de segredos
nem sonhava perguntar-te qualquer coisa
não queria saber (saber o quê?)
o meu vermelho é escuro bom
não quero príncipe
lobo meu


por Teresa Martinho Marques in Capuchinho Vermelho: Histórias Secretas e outras menos,
fotografia de Lina Rudenko

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Arrebatada


Eu não quero a ternura
quero o fogo
a chama da loucura desatada

quero a febre dos sentidos
e o desejo
o tumulto da paixão arrebatada

Eu não quero só o olhar
quero o corpo
abismo de navalha que nos mata

quero o cume da avidez
e do delírio
sequiosa faminta apaixonada

Eu não quero o deleite
do amor
quero tudo o que é voraz

Eu quero a lava


por Maria Teresa Horta
fotografia de Garm

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Janeiro segundo Simon Bolz


Como já confessei, aprecio fotografia erótica. Um dos fotógrafos cujo trabalho mais admiro é Simon Bolz. Irei, durante este ano, começar cada mês com uma página do seu calendário para 2014. Deixo-vos com o calendário para Janeiro de 2014.
Um beijo
fotografia de Simon Bolz

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Dia 9


Espalhas beijos pelo meu corpo e desfolhas-me os pequenos lábios húmidos de leite primaveril,
descobrindo-me o clítoris dilatado de prazer.
O meu sorriso ilumina-te o olhar e na penumbra somos luz com que de novo me dedilhas as linhas arredondadas dos meus seios despertos.
Deixas rastos de saliva nas minhas costas quietas,
quedadas pelo sussurro de segredos com que me respiras
enquanto me penteias o cabelo rebelde de sonos acordados no teu colo de homem nu,
enquanto me desenhas letras com os teus dedos a saberem a mim,
esses dedos que me amparam mel pingado
do sagrado recanto onde o teu sémen é batom da minha pele
numa viagem de ida em ida, vertigem.
Cobres-me de amor e de chuva dourada.
Espalhas-me na cama,
o meu corpo dum lado,
a minha alma aprisionada no teu sexo erecto,
como se fosse boca,
espalhas-me como se fossemos apenas beijo...

por Anamar in Diário de uma Amante Virgem
fotografia de Aleksandr Zhernosek

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz Ano de 2014


Para todas as minhas leitoras, os meus votos de um Feliz Ano de 2014, com muitas alegrias e em que todos os seus desejos e fantasias sejam realizados :-)

Beijinhos

Pedro M

Fotografia de autor desconhecido